DA LITERATURA E DOS RESTOS
330 páginas – 1ª edição – 2010
Crítico literário e escritor argentino, professor de Literatura Latino-americana na Universidade de Buenos Aires, UBA, Roberto Ferro se apresenta, neste livro-laboratório acerca da literatura, como um leitor em trânsito, um flanêur vigilante ao que flui ante seus olhos, e que, como um contrabandista, dissimula seus artifícios e assume os riscos de suas apostas.
“O leitor contrabandista transgride as prescrições negativas. Estar fora dessa lei também significa renegar uma concepção do texto cuja especificidade se reduz e se concentra na unidade delimitada de um espaço de significações.”
No prefácio à edição castelhana de Da literatura e dos restos, Noé Jitrik, mestre de Roberto Ferro na Universidade de Buenos Aires, afirma que por trás da aparente certeza do que se chama “crítica literária”, ou seja, determinado desmonte de um texto por mãos competentes e presumidamente autorizadas, está “a turbulência de um pensamento insatisfeito, que se volta sobre si em um movimento espiralado, tão incessante como o exige a imagem diretora de todas as suas aproximações”.
E é precisamente essa incessância dos textos que o motivam o que Ferro tenta capturar nesta aproximação de obras – particularmente romances – de diferentes origens: Julio Cortázar, Pedro Lemebel, Haroldo Conti, Enrique Vila-Matas, Raúl Dorra, Noé Jitrik, Augusto Roa Bastos, Antonio Tabucchi, Napoleón Baccino, Eduardo Zambrano Colmenares , Rodolfo Walsh, etc.