ECOS NO PORÃO – vol. 1

05/07/2016 15:41

166 páginas – 1ª edição – 2010

 

ESGOTADO

 

Primeiro volume da antologia pessoal do escritor catarinense João Paulo Silveira de Souza. O segundo volume da antologia foi lançado no primeiro semestre de 2011. Um dos integrantes do Grupo Sul, movimento literário e artístico que introduziu tardiamente o Modernismo em Santa Catarina, Silveira de Souza nasceu em Florianópolis, em 1933, e seu primeiro livro de contos, O vigia e a cidade, foi publicado em 1960, por conta própria, com ilustrações do amigo e poeta Hugo Mund. De 1960 a 1970, foi professor de Matemática no Instituto Estadual de Educação e Escola Técnica Federal de SC, em Florianópolis. Dirigiu, de 1971 a 1976 a Divisão de Informação e Divulgação do Departamento de Extensão Cultural da UFSC. Em 1979 passou a trabalhar no setor de editoração da Fundação Catarinense de Cultura, onde coordenou as Edições FCC. Desde 1992 é aposentado do serviço público. Ocupa a cadeira nº 33 da Academia Catarinense de Letras.

João Paulo Silveira de Souza nasceu em Florianópolis, em 1933, e suas primeiras leituras foram os livros infantis e as histórias em quadrinhos que o pai, um funcionário público apaixonado por música e pelos livros, lhe trazia cada vez que recebia o salário. A família costumava promover saraus literários e as duas irmãos mais velhas liam As mil e uma noites para o temporão, que logo se interessou pela coleção de 32 volumes de Machado de Assis que pertencia ao pai. Essas leituras domésticas despertaram-lhe a vontade de escrever, tanto que no ginásio do Colégio Catarinense, dos 13 aos 16 anos, produziu com o amigo Carlos da Costa Pereira um jornal chamado Farrapos. Logo depois, em parceria com o amigo Hugo Mund Júnior, Silveira fez o jornal Oásis, esse sim um projeto literário ambicioso, que chamou a atenção do intelectual e político Jorge Lacerda, editor do Letras e Artes do Correio da Manhã carioca, que lhes cedeu uma série de clichês do famoso suplemento. O contato com o Grupo Sul se deu após isso, quando houve a aproximação com a turma liderada por Salim Miguel no antigo Café Rio Branco, ponto de encontro dos intelectuais catarinenses na década de 1950. Em 1956, Silveira de Souza foi morar no Rio de Janeiro, onde cursou administração na Fundação Getúlio Vargas, mas precisou retornar a Florianópolis em menos de um ano por causa da doença do pai, que faleceu logo depois. De volta à Ilha, trabalhou em jornais locais, na capitania dos portos, lecionou matemática no Instituto de Educação, e se aposentou no serviço público após trabalhar no Departamento de Extensão Cultural da UFSC e na Fundação Catarinense de Cultura.

O primeiro livro de Silveira de Souza foi uma seleção de poemas de Cruz e Souza intitulada Sonetos da Noite, que ele produziu com Hugo Mund Júnior em 1958. O Silveirinha contista estrearia em 1960 com O vigia e a cidade, também com as xilogravuras de Mund na Edições de Livro de Arte, que os dois produziam artesanalmente. O segundo volume de contos, Uma voz na praça, saiu em 1962, com capa e desenhos de Pedro Paulo Vechietti. Depois disso, vieram Quatro Alamedas (contos, em 1976), Os pequenos desencontros (crônicas, em 1977), O cavalo em chamas (contos, em 1981), Artepoema (catálogo da mostra de poesia e pintura feito com Hassis, em 1983), Canário de assobio (crônicas, em 1985), Um ônibus e quatro destinos (romance a seis mãos com Francisco Pereira e Holdemar Menezes, em 1994), Rumor de folhas (poemas, em 1996), Relatos escolhidos (contos, 1998), Trololó para flauta e cavaquinho (crônicas, em parceria com Flávio José Cardoso, em 1999), Contas de Vidro (crônicas, em 2002) e Janela de Varrer (contos, em 2006). Quase todas essas edições foram financiadas pelo próprio autor, motivo pelo qual a Editora da UFSC agora, justamente, faz o reconhecimento da obra desse grande contista brasileiro com a edição em dois volumes de seus contos selecionados.