DESGOSTOS: NOVAS TENDÊNCIAS ESTÉTICAS

05/07/2016 15:41

228 páginas – 1ª edição – 2010

 

Mario Perniola nasceu em Asti, província italiana pertencente à região de Piemonte, em 1941. Formou-se em Filosofia na Universidade de Turim sob a orientação de Luigi Pareyson. Esteve ligado entre os anos de 1966 e 1969 ao grupo da Internacional Situacionista (I.S.), no qual pôde ter uma estreita relação de amizade e de debate teórico com Guy Debord. O filósofo possui uma vasta produção na área de Estética, Teoria da Arte e Arte Contemporânea. Dirigiu as revistas Agaragar (1971-1973), Clinamen (1988-1992), Estetica News (1988-1995) e Ágalma – Rivista di Studi Culturali e di Estetica (desde 2000). A sua obra está sendo traduzida em várias línguas, como inglês, alemão, francês, espanhol, dinamarquês, chinês, japonês e português. Nos 11 ensaios que compõem o livro, Perniola acompanha as aventuras do gosto/desgosto, do começo do Iluminismo até hoje, com preciosas incursões na Idade Média e nas culturas da Antiguidade: Roma, Grécia, Egito, África, valendo-se de seus conhecimentos filosóficos e filológicos, e passando em revista uma série de conceitos-chave que, atravessando os séculos, chegam, disfarçados, deformados ou caleidoscopicamente atualizados, até nossos dias. Em seu texto de apresentação da obra, Aurora Bernardini afirma que Perniola não esconde sua simpatia para com a atitude estóica que reverbera numa série de vultos que constelam seus estudos, dos antigos aos contemporâneos: de Baltasar Gracián y Morales a Guy Debord, mestre do “grande estilo”, de Giordano Bruno a Luigi Pareyson, que com sua estética do excesso “reforçou a filosofia numa época em que escorrega rumo à banalidade”. À aristocracia corresponderia, no mundo contemporâneo, o elitismo – mediático ou menos, – e seu oposto, o populismo. Tanto um como outro hoje se alimentam de espetáculo, de escândalos e tanto um como outro vivem a experiência do desgosto, sem previsão de luta de classe, porém. Só que a massa exercita o desgosto por sentir-se sine nobilitate: sua necessidade de apreço passa pela abjeção. O desgosto provoca náusea e livrar-se dela acaba sendo um prazer.


4 POETAS DA CATALUNHA – 1ª ed. 2010

05/07/2016 15:41

116 páginas – 1ª edição – 2010

 

 

Nação, como disse o filósofo e crítico catalão Eugênio D’Ors (1881-1954), é uma entidade de cultura. Durante mais de quatro séculos, atravessando conflitos e períodos difíceis da história da Península Ibérica, a Catalunha perdeu e recuperou diversas vezes o direito ao uso de seu idioma, sua identidade máxima. Três anos após a morte do ditador espanhol Francisco Franco (1892-1975), a Catalunha ganhou novamente sua autonomia e sua língua, e hoje é o principal destino turístico da Espanha. E a terra de Antoni Gaudí, Salvador Dali, Pau Casals, Joan Miró, Josep Carreras e Carles Puyol produziu, igualmente, uma grande quantidade de excelente poetas, dos quais, talvez, Joan Brossa seja o mais importante nome da atualidade.

Maestro e violinista radicado em Florianópolis desde 1985, Luis Soler Realp, aos 90 anos, lança agora pela Editora da UFSC a sua tradução de 4 poetas da Catalunha, organizando e apresentando obras de quatro personagens que moldaram a poética catalã desde o final do século 19: o primeiro “moderno” Joan Maragall (1860-1911), o pós-simbolista e metafísico Carles Riba (1893-1959), o engajado Pere Quart, pseudônimo de Joan Oliver (1899-1986) e o satírico-existencialista Salvador Espriu (1913-1985).

Luis Soler Realp nasceu em Barcelona, no dia 3 de maio de 1920, e começou a estudar violino aos sete anos, tendo como professores importantes violinistas e compositores catalães como Eduard Toldrá, Mariano Perelló e Joan Massiá. Porém, a música cederia lugar em sua vida à medicina, durante um breve período, em circunstâncias bastantes difíceis.

Convocado para lutar na Guerra Civil Espanhola, ao lado dos republicanos, poucos meses antes de completar 18 anos, Soler fez um curso de enfermagem e, também, já estudante de medicina, acabou tornando-se o médico principal de um batalhão de 5 mil homens na frente de combate de Lérida. Seu irmão mais velho, o poeta Miguel Soler Realp, morreu na guerra. Terminado o conflito, em 1939, conseguiu escapar dos campos de concentração franquistas refugiando-se na Ilha de Menorca e retomou os estudos, em 1941, ao retornar a Barcelona. A medicina, porém, logo seria abandonada em definitivo em favor da música, sua verdadeira vocação.

Sua primeira apresentação pública como concertista aconteceu em 1944, e logo ele estaria tocando, também, fora da Espanha, em Portugal, Itália e Alemanha Ocidental. Paralelamente à música, começou a publicar seus poemas em catalão (os dois primeiros livros, Poemes e Baladas i cançons, saíram em 1946 e 1947, respectivamente), participando da resistência à repressão cultural e lingüística promovida por Francisco Franco. Perseguido após ter publicado textos e poemas em jornais antifranquistas, veio para a América do Sul no começo da década de 1950, primeiro para o Uruguai, onde foi primeiro violino e participou da criação da Orquestra Filarmônica de Montevidéu.

No Brasil, Soler chegaria em 1960, para ensinar violino e ser regente de Música de Câmara na Escola de Belas Artes na Universidade Federal de Pernambuco. Sobre o seu trabalho no Recife, vale registrar o depoimento do músico Antonio Nóbrega à revista do Instituto de Estudos Avançados da USP. “Durante muito tempo estudei violino e tive a sorte de ter um grande professor, um catalão chamado Luis Soler, um homem muito austero no ensino do violino. Hoje, agradeço ao rigor e à disciplina desse professor, porque elas estão na base dos meus conhecimentos musicais”.

Ao se aposentar, Luis Soler recebeu o convite para lecionar na Udesc por parte de um amigo catarinense, o maestro Edino Krieger, então diretor do Instituto Nacional da Música e seu colega no Projeto Espiral desenvolvido pela Funarte, nos anos 1970 e 1980, para o ensino dos instrumentos de cordas a jovens carentes. E o maestro catalão, que nunca se acostumou com o calor do Recife, de pronto trocou o Nordeste pelo clima mais ameno do Sul do país e adotou Florianópolis como lar em 1985. Luis Soler lecionou música na Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) até 1990, quando sofreu um derrame e teve que se aposentar definitivamente. No Brasil, Soler publicou os livros Um olhar, dois tempos (poesia, José Oympio Editora, 1985), Origens árabes no folclore do sertão brasileiro (ensaio, Editora da UFSC, 1995) e Búzios de aquário (poesia, Editora da UFSC, 1999).


FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA DOS DIREITOS HUMANOS

05/07/2016 15:41

286 páginas – 1ª edição – 2010

 

ESGOTADO

 

Nesta coletânea, o leitor encontrará pesquisas que buscam examinar o tema dos Direitos Humanos a partir do tratamento dos seus fundamentos filosóficos. Entre os textos está a tradução, feita por Fernando Coelho, da aula inaugural proferida pelo diplomata Sérgio Vieira de Melo, em 2000, no Institut de Hautes Études Internationales em Genebra, durante o período em que ele servia no Timor-Leste. Representante especial do secretário-geral da ONU no Iraque, Vieira de Melo foi morto em um atentado à sede da Organização em Bagdá, no dia 19 de agosto de 2003.

A afirmação de direitos universais exige ainda uma nova forma de pensar a construção da cidadania, dos Estados e das relações internacionais, já que se parte da idéia de que todos somos iguais em direitos desde o nosso nascimento, independentemente do lugar ou das condições em que nascemos.

Para muitos, a afirmação de direitos universais seria um fato histórico, e a busca por sua fundamentação um estudo infrutífero, já que sua validade seria restrita a um contexto político e cultural. Propor uma fundamentação dos direitos humanos não significa negar sua historicidade, mas reconhecê-la. Se a noção de direitos humanos nasce em um contexto de transformações sociais, e não podemos negar a força retórica que elas possuem em nossos dias, não podemos também nos furtar ao trabalho eminentemente filosófico de buscar as bases racionais da afirmação de direitos universais para toda a espécie humana.


DIVAGAÇÕES

05/07/2016 15:41

A obra de Stéphane Mallarmé marcou toda a literatura e todo um pensamento do século XX e influenciou pensadores como Michel Foucault, Jacques Derrida e Alain Badiou, entre tantos outros

Divagações”  contém a exposição mais completa e radical do pensamento do poeta-inventor francês, eleito como uma referência fundamental por grandes artistas e críticos brasile

A obra de Stéphane Mallarmé marcou toda a literatura e todo um pensamento do século XX e influenciou pensadores como Michel Foucault, Jacques Derrida e Alain Badiou, entre tantos outros?A obra de Stéphane Mallarmé marcou toda a literatura e todo um pensamento do século XX e influenciou pensadores como Michel Foucault, Jacques Derrida e Alain Badiou, entre tantos outr

270 páginas – 1ª edição – 2010

 

ESGOTADO

 

A obra de Stéphane Mallarmé marcou toda a literatura e todo um pensamento do século XX e influenciou pensadores como Michel Foucault, Jacques Derrida e Alain Badiou, entre tantos outros.

Esta é a primeira vez que se publica no Brasil uma tradução integral do único livro que Mallarmé organizou de fato, Divagações. 

Divagações contém a exposição mais completa e radical do pensamento do poeta-inventor francês, eleito como uma referência fundamental por grandes artistas e críticos brasileiros, como Augusto e Haroldo de Campos e Mário Faustino.

Um trecho do texto de Marcos Siscar que consta do apêndice desta edição, intitulado “O túnel, o poeta e seu palácio de vidro”, exemplifica bem a importância desta publicação e da tradução heróica realizada por Fernando Scheibe.

 


DA LITERATURA E DOS RESTOS

05/07/2016 15:41

330 páginas – 1ª edição – 2010

 

Crítico literário e escritor argentino, professor de Literatura Latino-americana na Universidade de Buenos Aires, UBA, Roberto Ferro se apresenta, neste livro-laboratório acerca da literatura, como um leitor em trânsito, um flanêur vigilante ao que flui ante seus olhos, e que, como um contrabandista, dissimula seus artifícios e assume os riscos de suas apostas.

“O leitor contrabandista transgride as prescrições negativas. Estar fora dessa lei também significa renegar uma concepção do texto cuja especificidade se reduz e se concentra na unidade delimitada de um espaço de significações.”

No prefácio à edição castelhana de Da literatura e dos restos, Noé Jitrik, mestre de Roberto Ferro na Universidade de Buenos Aires, afirma que por trás da aparente certeza do que se chama “crítica literária”, ou seja, determinado desmonte de um texto por mãos competentes e presumidamente autorizadas, está “a turbulência de um pensamento insatisfeito, que se volta sobre si em um movimento espiralado, tão incessante como o exige a imagem diretora de todas as suas aproximações”.

E é precisamente essa incessância dos textos que o motivam o que Ferro tenta capturar nesta aproximação de obras – particularmente romances – de diferentes origens: Julio Cortázar, Pedro Lemebel, Haroldo Conti, Enrique Vila-Matas, Raúl Dorra, Noé Jitrik, Augusto Roa Bastos, Antonio Tabucchi, Napoleón Baccino, Eduardo Zambrano Colmenares , Rodolfo Walsh, etc.


A BATALHA DE PAPEL – 1ª ed. 2010

05/07/2016 15:41

250 páginas – 1ª edição – 2010

 

ESGOTADO

 

Num conflito militar, todos os recursos são mobilizados – inclusive o humor. A chamada Guerra do Paraguai (1864-1870), maior empreendimento bélico da história brasileira, confirma essa regra. O esforço do governo imperial para conquistar apoio ao envio de tropas contra o país vizinho envolveu escritores, jornalistas e até artistas plásticos, entre eles os maiores cartunistas da época. Para revelar essa faceta pouco conhecida da campanha antiparaguaia, o jornalista e historiador Mauro César Silveira mergulhou nos arquivos imperiais e analisou as revistas ilustradas do Rio de Janeiro, principal meio de informação dos 15% de brasileiros alfabetizados no reinado de D. Pedro II. A pesquisa exaustiva resultou na seleção de 202 caricaturas que fazem referência direta ao inimigo. Produzidos no calor da luta, esses desenhos expressam a imagem desdenhosa do Paraguai que criou raízes durante a guerra e que até hoje sobrevive na memória coletiva dos brasileiros.


ESTATÍSTICA APLICADA ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS

05/07/2016 15:41

318 páginas – 8ª edição – 2012

 

ESGOTADO

 

Esta obra surgiu de vários anos de experiência com a atividade didática de ministrar aulas de estatística para cursos das áreas de Ciências Sociais e Humanas. Um novo enfoque é aqui desenvolvido, diferenciando este de outros livros didáticos de estatística. Este livro procura motivar o aprendizado de técnicas estatísticas a partir de situações práticas e, além disso, tenta desenvolver a capacidade criativa dos alunos com diversos exemplos e exercícios que já apresentam a análise estatística pronta, deixando ao aluno a tarefa de interpretar os resultados. Tudo isso é feito com centenas de figuras ilustrativas, proporcionando um aprendizado mais rápido e agradável.


BREVES NOTAS – SOBRE CIÊNCIA. SOBRE MEDO. SOBRE AS LIGAÇÕES.

05/07/2016 15:41

338 páginas – 1ª edição – 2010

 

ESGOTADO

 

O escritor Gonçalo M. Tavares é um dos autores mais importantes da atual literatura portuguesa. Celebrado por autores como José Saramago e Antonio Lobo Antunes, tem cerca de 30 livros publicados em mais de 20 países entre romances, poesia, pequenas narrativas, teatro etc. Recebeu os mais importantes prêmios de língua portuguesa: o Portugal Telecom 2007, o Prémio José Saramago 2005 e o Prémio LER/Millennium BCP 2004 com o romance Jerusalém.

Um trecho do texto do caderno de apresentação intitulado O Impacto da Impressão, escrito pela poeta e pesquisadora Júlia Studart, que se dedica ao trabalho de Gonçalo M. Tavares em seu doutoramento [UFSC/CNPq], aponta para a importância dessa publicação realizada a partir de uma parceria da Editora da UFSC com a Editora da Casa:

"Os livros Breves notas sobre ciência [2006], Breves notas sobre o medo [2007] e Breves notas sobre as ligações (Llansol, Molder e Zambrano) [2009], do escritor angolano-português Gonçalo M. Tavares [Luanda, 1970], foram editados em Portugal em separado seguindo os respectivos anos de indicação; agora, publicados no Brasil pela Editoras da UFSC e da Casa, vêm nessa caixa-estante que indica o protocolo que ele armou para estes livros: o da enciclopédia. Este termo é uma espécie de etiqueta que constitui um 'modo de uso' e de 'como ler'; é também um dos nomes que são usados para identificar os livros que compõem as séries que escreve e que mantêm entre si uma linha ou fronteira de textos comum. São termos de apreensão que ele dá ao leitor: Livros pretos [O Reino], Livros pretos
[Canções], O Bairro, Estórias, Enciclopédia, Bloom Books, Poesia, Teatro, Arquivos e Investigações. Uma espécie de mapa auto-referente que desenha um lugar para seu trabalho espalhado por tantos livros; uma experiência intelectual que se apropria do ensaio para compor um laboratório ficcional de sensações, como processo, que resulta “metodicamente sem método” em sua liberdade de espírito, no seu procedimento anacrônico, livre e descontínuo, aberto e fechado ao mesmo tempo. Um procedimento muito próximo de um estado de dança: um projecto para uma poética do movimento."


NAÇÃO EM CENA: BRASIL, TEATRO NO SÉCULO XIX

05/07/2016 15:41

227 páginas – 1ª edição – 2010

 

 

A obra de Jussara Bittencourt de Sá apresenta uma análise das concepções de nação e de nacionalidade em peças do teatro brasileiro, circunscritas à segunda metade do século XIX. Em confronto/diálogo com a cena brasileira, percebe-se a representação do estrangeiro, seja daquele que para cá se desloca a negócios, seja do que vem para cá como imigrante. Pode-se avaliar como os dramaturgos procuraram a presença do “outro” para refletir sobre a representação da própria nação. A presença de estrangeiros em confronto, conflito, negociações com o elemento nacional, visto em suas diferentes dimensões de classe, constitui-se, nesse sentido, em chave essencial para a compreensão do imaginário sobre a nação em que peças teatrais do século XIX, de autores como José de Alencar, Martins Pena, França Júnior, Visconde de Taunay e Paulo Eiró, colocam em cena.

Discutindo a participação do personagem estrangeiro na trama dessas peças, a autora mostra que figurantes distintos representavam em cena as vozes dos diferentes segmentos da sociedade brasileira. Com esta iniciativa, a Editora da UFSC torna acessível a acadêmicos e a interessados em teatro uma obra que, empenhada em fazer falar o discurso dramático oitocentista, amplia a reflexão sobre o contexto histórico em que se forjou a nação.

Jussara Bittencourt de Sá nasceu em Tubarão, em Santa Catarina, e é mestra e doutora em Literatura pela UFSC. Publicou a obra Cazuza no vídeo O tempo não para (em 2006).


HOMENS E ALGAS

05/07/2016 15:41

175 páginas – 5ª edição – 2007

 

Os contos de Homens e Algas abordam com extrema sensibilidade a vida de privações dos pescadores de Florianópolis durante a primeira metade do século passado. São relatos pungentes de vidas passadas na miséria, repletos de cenas de desespero pela fome, pela doença e pela morte.