POESIA HEREGE

05/07/2016 15:41

72 páginas – 1ª edição – 2010

 

Carriego fixou-se na sociedade argentina como aquele que primeiro representou o que ficou conhecido como o arrabal portenho. E, por consequência, vinculou-se definitivamente a esse espaço, a toda uma exuberante mitologia, que tem no tango-canção, como se sabe, a sua mais completa tradução. Poeta por excelência do subúrbio portenho. No entanto, pouco se sabe dele e de sua obra em outros países latino-americanos, em especial no Brasil, onde, até hoje, não mereceu nenhuma tradução. Nascido na província de Entre Rios, em 1883, cedo Evaristo Carriego se deslocou para Buenos Aires, e aí desenvolveu sua curta carreira literária. Publicou em vida apenas um livro, Misas herejes, de 1908, vindo a morrer em 1912, com apenas 29 anos. Postumamente publicou-se mais uma coletânea de poemas, aquela intitulada La canción del barrio, além de uns poucos poemas soltos, meia dúzia de contos e duas peças de teatro, sendo que uma delas inconclusa. Merecia, portanto, ser traduzidos para o português, num momento em que as chamadas "vozes periféricas", cada vez mais, querem e se fazem ouvir. "Boêmios de rebeldes crias sarnosas, ladram alguns cachorros suas serenatas, que escutam, tranquilas e desdenhosas, desde aqueles altos telhados as gatas."


HUMANOS E MUNDANOS E DIVINOS E DIABÓLICOS

05/07/2016 15:41

186 páginas – 1ª edição – 2002

 

ESGOTADO

 

Os catorze contos que compõem o livro são marcados pela ironia e um profundo humor, revelando um contista capaz de seduzir mesmo os leitores mais exigentes.


IDENTIDADE HOMOSSEXUAL E NORMAS SOCIAIS

05/07/2016 15:41

255 páginas – 2ª edição – 2006

 

O livro desenvolve reflexões sobre entrevistas realizadas com rapazes homossexuais na cidade de Florianópolis na década de 1980, abordando um tema que desde então vem se impondo nos estudos de gênero, de movimentos sociais, nas reflexões sobre sexualidade e cidadania e sobre as questões de discriminação e exclusão.


HISTÓRIA DE SANTA CATARINA NO SÉCULO XIX

05/07/2016 15:41

347 páginas – 1ª edição – 2001

 

ESGOTADO

 

O livro é uma coletânea de estudos que apresenta releituras históricas críticas sobre a história de Santa Catarina no século XIX e que demonstra, no conjunto dos capítulos, uma prática historiográfica que desconstrói o discurso da unidade histórica.


ECOS NO PORÃO – vol. 1

05/07/2016 15:41

166 páginas – 1ª edição – 2010

 

ESGOTADO

 

Primeiro volume da antologia pessoal do escritor catarinense João Paulo Silveira de Souza. O segundo volume da antologia foi lançado no primeiro semestre de 2011. Um dos integrantes do Grupo Sul, movimento literário e artístico que introduziu tardiamente o Modernismo em Santa Catarina, Silveira de Souza nasceu em Florianópolis, em 1933, e seu primeiro livro de contos, O vigia e a cidade, foi publicado em 1960, por conta própria, com ilustrações do amigo e poeta Hugo Mund. De 1960 a 1970, foi professor de Matemática no Instituto Estadual de Educação e Escola Técnica Federal de SC, em Florianópolis. Dirigiu, de 1971 a 1976 a Divisão de Informação e Divulgação do Departamento de Extensão Cultural da UFSC. Em 1979 passou a trabalhar no setor de editoração da Fundação Catarinense de Cultura, onde coordenou as Edições FCC. Desde 1992 é aposentado do serviço público. Ocupa a cadeira nº 33 da Academia Catarinense de Letras.

João Paulo Silveira de Souza nasceu em Florianópolis, em 1933, e suas primeiras leituras foram os livros infantis e as histórias em quadrinhos que o pai, um funcionário público apaixonado por música e pelos livros, lhe trazia cada vez que recebia o salário. A família costumava promover saraus literários e as duas irmãos mais velhas liam As mil e uma noites para o temporão, que logo se interessou pela coleção de 32 volumes de Machado de Assis que pertencia ao pai. Essas leituras domésticas despertaram-lhe a vontade de escrever, tanto que no ginásio do Colégio Catarinense, dos 13 aos 16 anos, produziu com o amigo Carlos da Costa Pereira um jornal chamado Farrapos. Logo depois, em parceria com o amigo Hugo Mund Júnior, Silveira fez o jornal Oásis, esse sim um projeto literário ambicioso, que chamou a atenção do intelectual e político Jorge Lacerda, editor do Letras e Artes do Correio da Manhã carioca, que lhes cedeu uma série de clichês do famoso suplemento. O contato com o Grupo Sul se deu após isso, quando houve a aproximação com a turma liderada por Salim Miguel no antigo Café Rio Branco, ponto de encontro dos intelectuais catarinenses na década de 1950. Em 1956, Silveira de Souza foi morar no Rio de Janeiro, onde cursou administração na Fundação Getúlio Vargas, mas precisou retornar a Florianópolis em menos de um ano por causa da doença do pai, que faleceu logo depois. De volta à Ilha, trabalhou em jornais locais, na capitania dos portos, lecionou matemática no Instituto de Educação, e se aposentou no serviço público após trabalhar no Departamento de Extensão Cultural da UFSC e na Fundação Catarinense de Cultura.

O primeiro livro de Silveira de Souza foi uma seleção de poemas de Cruz e Souza intitulada Sonetos da Noite, que ele produziu com Hugo Mund Júnior em 1958. O Silveirinha contista estrearia em 1960 com O vigia e a cidade, também com as xilogravuras de Mund na Edições de Livro de Arte, que os dois produziam artesanalmente. O segundo volume de contos, Uma voz na praça, saiu em 1962, com capa e desenhos de Pedro Paulo Vechietti. Depois disso, vieram Quatro Alamedas (contos, em 1976), Os pequenos desencontros (crônicas, em 1977), O cavalo em chamas (contos, em 1981), Artepoema (catálogo da mostra de poesia e pintura feito com Hassis, em 1983), Canário de assobio (crônicas, em 1985), Um ônibus e quatro destinos (romance a seis mãos com Francisco Pereira e Holdemar Menezes, em 1994), Rumor de folhas (poemas, em 1996), Relatos escolhidos (contos, 1998), Trololó para flauta e cavaquinho (crônicas, em parceria com Flávio José Cardoso, em 1999), Contas de Vidro (crônicas, em 2002) e Janela de Varrer (contos, em 2006). Quase todas essas edições foram financiadas pelo próprio autor, motivo pelo qual a Editora da UFSC agora, justamente, faz o reconhecimento da obra desse grande contista brasileiro com a edição em dois volumes de seus contos selecionados.

 


HABLEMOS EN PORTUGUÉS: MANUAL DE CONVERSACIÓN

05/07/2016 15:41

163 páginas – 1ª edição – 2005

 

O livro é um guia de conversação destinado a facilitar a comunicação em português dos hispanofalantes que visitam o Brasil, seja a passeio, seja a trabalho, ou que estão morando nele. Contém explicações que permitem entender facilmente palavras e frases do português que se fala neste país, com expressões usadas no dia-a-dia, assim como textos escritos em espanhol falando sobre curiosidades da cultura brasileira.
 


HISTÓRIA DA IMPRENSA DE JOINVILLE

05/07/2016 15:41

122 páginas – 1ª edição – 1998

 

Estado de conservação dos exemplares: páginas amareladas pela ação do tempo (desconto de 30%).

 

Neste trabalho a escritora relata o que foi implantar a edição de um jornal regular na recém-fundada Colônia Dona Francisca. Os jornais em língua portuguesa, nos anos pioneiros da Colônia, não tiveram vida longa. A imprensa em língua alemã ainda tinha seu lugar garantido. Até o final da Primeira Guerra Mundial, vários periódicos surgiram em português. Foi uma época de intensa atividade para a imprensa joinvilense, que Elly Herkenhoff relata através de informações que impressionam pela riqueza de detalhes.


ALGARAVIA – DISCURSOS DA NAÇÃO

05/07/2016 15:41

260 páginas –  2ª edição – 2010

 

Segunda edição do livro que foi defendido como tese de concurso para a titularidade em Literatura Brasileira, na Universidade Federal de Santa Catarina, Algaravia – discursos de nação, como diz o autor, é um ensaio de anacronismo deliberado, pois não busca a nação como forma, mas a nação como processo de metamorfose.

O lado filólogo de Raúl Antelo transparece na paciente transcrição de uma obra fundacional da literatura brasileira, Jerônimo Barbalho Bezerra, o primeiro romance histórico publicado no país, do português Vicente P. de Carvalho Guimarães, autor, também, de A guerra dos emboabas, e que saiu nas páginas do jornal Ostensor Brasileiro (editado pelo próprio Carvalho de Guimarães), entre 1842 e 1845.

No Ostensor Brasileiro, Antelo recolheu, também, escritos de argentinos ilustres que visitaram o então nascente império brasileiro: o diplomata, naturalista e crítico Juan Bautista Alberdi (810-1884), o jornalista, escritor e político (futuro presidente) Domingos Faustino Sarmiento (1811-1888) e o poeta, jornalista e diplomata José Mármol (1817-1871).

Alberdi, que publicou em 1845 no Ostensor Brasileiro, uma Memória sobre a conveniência e objetos de um Congresso Geral Americano, escreveu no jornal que a “América é una e indivisível nos elementos sociais que a formam, nos males que a afligem e nos meios que podem salvá-la; para tanto, ela precisa fugir da solidão e povoar nosso mundo solitário”.

Antelo, que chama Algaravia de seu aleph, experiência da qual derivam empreendimentos posteriores, como Maria com Marcel. Duchamp nos trópicos (Editora UFMG, 2010) ou Ausências (Editora da Casa, 2009), diz que o livro pensou a nação e pensou o populismo em que nada disto estava na moda. “Escrito sob Collor, Menem, Fugimori e FHC, é republicado, porém, em épocas de Lula, Chavez ou Kirchner”.


DESGOSTOS: NOVAS TENDÊNCIAS ESTÉTICAS

05/07/2016 15:41

228 páginas – 1ª edição – 2010

 

Mario Perniola nasceu em Asti, província italiana pertencente à região de Piemonte, em 1941. Formou-se em Filosofia na Universidade de Turim sob a orientação de Luigi Pareyson. Esteve ligado entre os anos de 1966 e 1969 ao grupo da Internacional Situacionista (I.S.), no qual pôde ter uma estreita relação de amizade e de debate teórico com Guy Debord. O filósofo possui uma vasta produção na área de Estética, Teoria da Arte e Arte Contemporânea. Dirigiu as revistas Agaragar (1971-1973), Clinamen (1988-1992), Estetica News (1988-1995) e Ágalma – Rivista di Studi Culturali e di Estetica (desde 2000). A sua obra está sendo traduzida em várias línguas, como inglês, alemão, francês, espanhol, dinamarquês, chinês, japonês e português. Nos 11 ensaios que compõem o livro, Perniola acompanha as aventuras do gosto/desgosto, do começo do Iluminismo até hoje, com preciosas incursões na Idade Média e nas culturas da Antiguidade: Roma, Grécia, Egito, África, valendo-se de seus conhecimentos filosóficos e filológicos, e passando em revista uma série de conceitos-chave que, atravessando os séculos, chegam, disfarçados, deformados ou caleidoscopicamente atualizados, até nossos dias. Em seu texto de apresentação da obra, Aurora Bernardini afirma que Perniola não esconde sua simpatia para com a atitude estóica que reverbera numa série de vultos que constelam seus estudos, dos antigos aos contemporâneos: de Baltasar Gracián y Morales a Guy Debord, mestre do “grande estilo”, de Giordano Bruno a Luigi Pareyson, que com sua estética do excesso “reforçou a filosofia numa época em que escorrega rumo à banalidade”. À aristocracia corresponderia, no mundo contemporâneo, o elitismo – mediático ou menos, – e seu oposto, o populismo. Tanto um como outro hoje se alimentam de espetáculo, de escândalos e tanto um como outro vivem a experiência do desgosto, sem previsão de luta de classe, porém. Só que a massa exercita o desgosto por sentir-se sine nobilitate: sua necessidade de apreço passa pela abjeção. O desgosto provoca náusea e livrar-se dela acaba sendo um prazer.


4 POETAS DA CATALUNHA – 1ª ed. 2010

05/07/2016 15:41

116 páginas – 1ª edição – 2010

 

 

Nação, como disse o filósofo e crítico catalão Eugênio D’Ors (1881-1954), é uma entidade de cultura. Durante mais de quatro séculos, atravessando conflitos e períodos difíceis da história da Península Ibérica, a Catalunha perdeu e recuperou diversas vezes o direito ao uso de seu idioma, sua identidade máxima. Três anos após a morte do ditador espanhol Francisco Franco (1892-1975), a Catalunha ganhou novamente sua autonomia e sua língua, e hoje é o principal destino turístico da Espanha. E a terra de Antoni Gaudí, Salvador Dali, Pau Casals, Joan Miró, Josep Carreras e Carles Puyol produziu, igualmente, uma grande quantidade de excelente poetas, dos quais, talvez, Joan Brossa seja o mais importante nome da atualidade.

Maestro e violinista radicado em Florianópolis desde 1985, Luis Soler Realp, aos 90 anos, lança agora pela Editora da UFSC a sua tradução de 4 poetas da Catalunha, organizando e apresentando obras de quatro personagens que moldaram a poética catalã desde o final do século 19: o primeiro “moderno” Joan Maragall (1860-1911), o pós-simbolista e metafísico Carles Riba (1893-1959), o engajado Pere Quart, pseudônimo de Joan Oliver (1899-1986) e o satírico-existencialista Salvador Espriu (1913-1985).

Luis Soler Realp nasceu em Barcelona, no dia 3 de maio de 1920, e começou a estudar violino aos sete anos, tendo como professores importantes violinistas e compositores catalães como Eduard Toldrá, Mariano Perelló e Joan Massiá. Porém, a música cederia lugar em sua vida à medicina, durante um breve período, em circunstâncias bastantes difíceis.

Convocado para lutar na Guerra Civil Espanhola, ao lado dos republicanos, poucos meses antes de completar 18 anos, Soler fez um curso de enfermagem e, também, já estudante de medicina, acabou tornando-se o médico principal de um batalhão de 5 mil homens na frente de combate de Lérida. Seu irmão mais velho, o poeta Miguel Soler Realp, morreu na guerra. Terminado o conflito, em 1939, conseguiu escapar dos campos de concentração franquistas refugiando-se na Ilha de Menorca e retomou os estudos, em 1941, ao retornar a Barcelona. A medicina, porém, logo seria abandonada em definitivo em favor da música, sua verdadeira vocação.

Sua primeira apresentação pública como concertista aconteceu em 1944, e logo ele estaria tocando, também, fora da Espanha, em Portugal, Itália e Alemanha Ocidental. Paralelamente à música, começou a publicar seus poemas em catalão (os dois primeiros livros, Poemes e Baladas i cançons, saíram em 1946 e 1947, respectivamente), participando da resistência à repressão cultural e lingüística promovida por Francisco Franco. Perseguido após ter publicado textos e poemas em jornais antifranquistas, veio para a América do Sul no começo da década de 1950, primeiro para o Uruguai, onde foi primeiro violino e participou da criação da Orquestra Filarmônica de Montevidéu.

No Brasil, Soler chegaria em 1960, para ensinar violino e ser regente de Música de Câmara na Escola de Belas Artes na Universidade Federal de Pernambuco. Sobre o seu trabalho no Recife, vale registrar o depoimento do músico Antonio Nóbrega à revista do Instituto de Estudos Avançados da USP. “Durante muito tempo estudei violino e tive a sorte de ter um grande professor, um catalão chamado Luis Soler, um homem muito austero no ensino do violino. Hoje, agradeço ao rigor e à disciplina desse professor, porque elas estão na base dos meus conhecimentos musicais”.

Ao se aposentar, Luis Soler recebeu o convite para lecionar na Udesc por parte de um amigo catarinense, o maestro Edino Krieger, então diretor do Instituto Nacional da Música e seu colega no Projeto Espiral desenvolvido pela Funarte, nos anos 1970 e 1980, para o ensino dos instrumentos de cordas a jovens carentes. E o maestro catalão, que nunca se acostumou com o calor do Recife, de pronto trocou o Nordeste pelo clima mais ameno do Sul do país e adotou Florianópolis como lar em 1985. Luis Soler lecionou música na Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) até 1990, quando sofreu um derrame e teve que se aposentar definitivamente. No Brasil, Soler publicou os livros Um olhar, dois tempos (poesia, José Oympio Editora, 1985), Origens árabes no folclore do sertão brasileiro (ensaio, Editora da UFSC, 1995) e Búzios de aquário (poesia, Editora da UFSC, 1999).