250 páginas – 2ª edição – 2008
“O livro de Lucídio Bianchetti, cujo eixo de percurso analítico é sintetizado na metáfora “da chave de fenda ao laptop”, reúne um denso esforço crítico na apreensão das mudanças qualitativas que vêm ocorrendo nos processos produtivos e de trabalho mediados pelas tecnologias de base microeletrônica e informacionais e as profundas implicações nos processos de formação humana. Trata-se de um livro que agrega conhecimento novo na crítica ao determinismo tecnológico e às visões mistificadoras das novas qualificações e competências exigidas ao trabalhador. As novas tecnologias que agregam à matéria, além de energia e massa, informação e que trazem uma mudança qualitativa fundamental nas possibilidades de dilatar o tempo livre e os processos de formação humana, desgraçadamente, continuam subordinadas à forma capital de relações sociais. A mensagem de fundo do livro de Bianchetti é que a tarefa histórica fundamental não é combater a tecnologia, mas instaurar processos de formação humana que concorram para a superação da forma capital de relações sociais. “
Prof. Dr. Gaudencio Frigotto
Professor visitante na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
“Na década de 70 do século XX, Arthur Clarke (1917-2008), em um congresso comemorativo aos 100 anos da criação do telefone, onde se discutiam telecomunicações e informática do presente e do futuro, observava e vaticinava que se estava vivenciando uma época que cada vez mais se caracterizava pela “implosão do tamanho e a explosão da complexidade”, indicando o aparecimento de hardwares cada vez mais miniaturizados e softwares complexos, exigindo ampliação quantitativa e qualitativa da alfabetização científica de todos para fazer frente aos desafios da vida/trabalho. Trinta anos depois, Lucídio Bianchetti faz uma pesquisa numa empresa de telecomunicações onde essa distinção entre as telecomunicações e a informática é quase imperceptível, com isso reafirmando o dito por Clarke e, também, apontando as suas decorrências para os trabalhadores do setor e, mais particularmente, para os educadores. Discutir as questões das tecnologias de informação e da comunicação e sua relação com a educação tornou-se um dos pontos fundamentais do momento presente. Bianchetti apresenta-nos, aqui, uma visão de dentro do mundo do trabalho e, poderíamos dizer também, do alto, olhando diversos ângulos dessa problemática. Com isso creio que o seu trabalho se constitui numa importante contribuição para a nossa reflexão coletiva, que mistura tantas áreas, desafia a muitos e assusta alguns, mais especialmente nós mesmos, os educadores”.
Nelson Preto – Diretor da Faculdade de Educação e professor na Universidade Federal da Bahia (www.ufba./~pretto)